Seja bem-vindo(a) ao espaço que pretende ser, simultaneamente, depósito de memória e elemento catalisador de união entre os Sampedrenses.
Ao contrário do que o nome possa fazer transparecer, não se trata de uma associação que exija vinculo por quotas, mas sim, de um grupo de sampedrenses que pretendem, com a sua união, ver nascer uma tradição que querem fomentada e implementada por todos.

Viva SÃO PEDRO DE RIO SECO


14 de setembro de 2010

São Pedro do Rio Seco – Lugar a visitar

Estimados Sampedrenses, amigos leitores e visitantes;

Hoje a proposta que vos trago é a de, para alguns, um reavivar de memórias de um passado ainda não muito distante, e para outros, o de tomar conhecimento de alguns recantos que, para além da sua natural beleza, fizeram e são história nas vivências dos nossos antepassados.

Por proposta de meu primo “Guto” e tendo-o como guia, bem como ao “Zé da Berta”, aquando das minhas férias grandes (Agosto 2010), realizámos um bonito passeio do qual aqui vos trago testemunho.

Marco - 500 Os “quinhentos”, termo tão conhecido pelos nossos pais e avós, mais não são que uma área que, pela sua localização e uso, não se pode desassociar dos “caminhos do contrabando” e que toma o seu nome num marco delimitador de fronteiras com a gravação do referido número.

Ali bem perto, no marco “501”, ainda de pé, mas já em avançado estado de degradação, nas terras de “nuestros hermanos”, é-nos dado a observar o “caseto dos guardilhas”. O Guto à frente do Caseto

A referida estrutura, para além de “quartel” das forças policiais vizinhas, que patrulhavam a fronteira, tentando impedir o referido contrabando, que na maioria das vezes, mais não era que um par de pães para mitigar a fome que grassava na maior parte do nosso país, tinha também como função o de presídio temporário a quem fosse apanhado em tais “lides”.

O Guto e o Zé no Barroco do Bicho Um pouco mais abaixo verifica-se a existência de uma grande massa granítica de onde se destaca o “Barroco do Bicho”, nome que nos vem já dos nossos antepassados. Inserida nessa grande massa encontra-se uma abertura, hoje já parcialmente encoberta, que se diz “dava acesso a um grande salão” no interior da rocha, onde, assim contam os “dizeres”, se poderia andar “quase de pé”. Do lado contrário pode observar-se uma outra entrada, esta muito mais exígua, logo por cima da dita “cova do taxão”.Entrada principal do Barroco do Bicho

Foi-me dito que ali mesmo, ainda na mesma massa granítica, poderia ver a “pedra que bole”, mas os meus “guias” nesta aventura, não o conseguiram descortinar. Ficará para uma próxima.

Infelizmente, sim porque não há bela sem senão, também nesses locais me foi dado observar, uma prática de muito má índole – a caça furtiva. Na parede que ladeia o barroco, pude observar uma meia dúzia de laços, que em lugares estratégicos, esperavam pelas suas presas. Como será de prever, foram os mesmos destruídos, tendo ficado o(s) oportunista(s) sem o almejado pecúlio.

De notar que no post utilizo alcunhas, que de maneira nenhuma pretendem “atacar” o bom nome das pessoas em causa, tratando-se apenas de uma prática arreigada nas nossas terras, bem como termos que, constando também do nosso muito próprio vocabulário, que em seguida e para quem os não conheça, vos darei significado. Os termos referidos encontram-se, no texto, referenciados a bold e com a cor Mogno.

Barroco – Termo do pré-romano e que significa pedra.

Taxão – Termo local dado ao Texugo. Animal de pernas curtas e atarracado,  carnívoro que pertence à família dos  mustelídeos (Mustelidae, a mesma família de mamíferos e dos furões, doninhas, lontras, e muitos outros tipos de carnívoros).

Bole – Apesar do verbo bolir não constar dos dicionários actuais, em tempos antigos podemos encontrar esta grafia. Pedra que bole está relacionada com a grafia bolir, correspondendo a «mexer-se como uma bola». Note-se ainda que a palavra bola provém do vocábulo latino ‘bulla’ e bulir provém do verbo latino ‘bullire’.

Esperando vos tenha agradado esta pequena excursão e agradecendo a paciência e tempo, dispendidos na aventura, pelos meus amigos Augusto e Zé …

"Castillejo de Dos Casas" - Vista dos 500

Panorâmica do Barroco do Bicho

O Zé na entrada pequena do Barroco do Bicho

Por do Sol visto do Barroco

Observação: Deixar o rato repousar uns segundos sobre a imagem para que possam ler as legendas das mesmas.

Um forte abraço deste Sampedrense convicto

Citrus Sénior

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