Seja bem-vindo(a) ao espaço que pretende ser, simultaneamente, depósito de memória e elemento catalisador de união entre os Sampedrenses.
Ao contrário do que o nome possa fazer transparecer, não se trata de uma associação que exija vinculo por quotas, mas sim, de um grupo de sampedrenses que pretendem, com a sua união, ver nascer uma tradição que querem fomentada e implementada por todos.

Viva SÃO PEDRO DE RIO SECO


5 de novembro de 2009

DÚVIDAS COM A NOSSA TERRA

O facto de encontrar escrito em diversos locais o nome da nossa Terra, de duas maneiras diferentes ( São Pedro de Rio Seco e São Pedro do Rio Seco ), criou em mim uma forte vontade em querer saber qual o verdadeiro nome pelo qual deveríamos de nominar São Pedro. Assim sendo, enviei um pedido de ajuda, que foi pronta e gentilmente respondido pelo Prof. António André, SamPedrense sobejamente conhecido por todos.

Transcrevo, em seguida, o que me foi enviado, ressalvando o facto do mesmo me ter explicado que “a contribuição solicitada, é resultante, apenas de uma reflexão e da experiência e não de “saber” feito.”.

S. Pedro do Rio Seco ou S. Pedro de Rio Seco

 

Em relação a este assunto, venho dar a minha contribuição para a reflexão que propões, mas levando sempre em linha de conta que eu não sou especialista e é a primeira vez que me debruço sobre o tema. Para tal vou indicar cronologicamente uma série de documentos em que o nome de S. Pedro aparece registado. Assim:

  1. Documento número um

“Antes de 1230 já aparece San Pedro de Arroyo seco nos Costumes de Castello Bom … “ (Portu. Mon. Hist, “Leges”, pag. 745); (Fonte: Blog AMASPRS)

  1. Documento número dois

No “Libro de Acuerdos da A. M. Ciudad Rodrigo aparece o documento que segue onde aparece também a designação de São Pedro de Arroio Seco, logar que es do regno de Portogal …”

1459CiudadRodrigo

 

Em documentos (Testamento datado de 1905, Capas de Livros de Recenseamento Escolar de 1926 e1930 da Escola de S. Pedro) aparece claramente o nome de S. Pedro.

  1. Documento número três

Ofício do Commissariado da Instrucção Primária do Districto da Guarda, dirigido ao Illmº. S. Professor d’ansino primário na fregª. de S. Pedro de Rio Seco

Neste documento datado de 22 de Março de 1898 o nome de S. Pedro aparece “S. Pedro de Rio Seco”

  1. Documento número quatro

Ofício nº 98 da Administração do Concelho de Almeida, datado de 24 de Março de 1898, dirigido ao professor António Manuel José Marcos

Neste documento, o nome de S. Pedro aparece “S. Pedro do Rio Seco”

  1. Documento número cinco

PresençasFaltas

No documento cuja foto se anexa, Capa do Livro de Presenças e Faltas dos Alunos, referente ao ano de 1890/1891, o mesmo professor António Manuel José Marcos escreve S. Pedro de Rio Seco, o mesmo acontecendo na capa do Livro de Faltas e presenças dos alunos, de 1894/95. Num diploma oficial da quarta classe assinado pelo professor Naftaly, em 1925, aparece, por duas vezes, o nome de S. Pedro como S. Pedro de Rio Seco.

  1. Documento número seis

RecenseamentoCrianças

Num outro documento (fot. acima), no termo de abertura do Recenseamento Escolar do ano de 1904, o padre José Raimundo, como Presidente da Comissão Recenseadora data: S. Pedro de Rio Seco, 30 de Agosto de 1904 e assina com os outros dois elementos da Comissão: prof. Marcos e João Fernandes Sardinha.

  1. Outros documentos

          1. Em dois documentos diferentes, um do ano de 1924 e outro de 1925, o professor Naftaly escreve no primeiro “S. Pedro do Rio Seco” e no segundo “S. Pedro de Rio Seco

         2. Os professores da escola masculina, a partir do professor Mário, escreveram sempre, nos termos de matrícula dos alunos “Escola Masculina de S. Pedro do Rio Seco e … natural de S. Pedro do Rio Seco, o mesmo acontecendo com a professora D. Lia e seguintes que registaram sempre “Escola Feminina ou mista de S. Pedro do Rio Seco.

Perante os dois primeiros documentos, o nome que resulta da sua tradução, é S. Pedro de Rio Seco, nome que, segundo os documentos três, cinco e seis, se manteve até aos fins do século XIX. Dos documentos quatro e sete ponto um, parece que as duas designações passaram a coexistir nos fins do século XIX e inícios do século XX.

A consulta aos termos de matrícula preenchidos pelo professor Mário e seguintes e do que me lembro da conversação oral, parece-me que a designação com a preposição “de” caiu em desuso, em benefício da designação com a contracção da preposição de com o artigo (do).

Com o aparecimento do Brasão e da Bandeira e segundo parece depreender-se da nota que acompanha o Brasão Brasão baseado na descrição heráldica, visto não ter qualquer imagem do brasão original” que será essa a designação existente nos arquivos.

Será assim? As “deturpações – alterações” orais são frequentes.

Ferragudo, 4/11/2009

Este é o contributo que posso dar neste momento. “

antonio.ramos.andre@sapo.pt

Citrus Sénior

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